quinta-feira, 7 de abril de 2011

Zelig - Análise Semiótica III

Por Danielle Andrade e Ellen Bueno

Zelig, filme de Woody Allen, utiliza-se de ironia para mostrar como a sociedade capitalista dos dias de hoje sofre influência dos meios comunicativos.

Uma história que começa com um toque de suspense e nos leva inclusive a acreditar que possa ser real, logo depois se torna um conto cômico, onde temos a certeza de que tudo aquilo é criado apenas para prender as pessoas em seu seguimento.

O que nos surpreende, no início, são os depoimentos de todas as pessoas que conheceram a personagem principal, e falam dele como um fenômeno, uma figura extremamente importante e valorizada pelos norte-americanos, país onde o filme foi originado. Logo em seguida, quando a história de Zelig começa a ser contada, não entendemos ao certo o que ele era, o que queria e porque ficou tão conhecido; podemos até pensar que era por desejar ser sociável, pois para se socializar, ele assumia a personalidade da pessoa com quem estava tendo contato, e assim poderia conversar e compartilhar do pensamento de todos ao seu redor.

Em seguida, o suspense: Zelig, um homem branco desaparece e outro negro é encontrado com os mesmos traços do homem branco; logo mais, um chinês com todas as suas características também é visto, assim a ironia do filme começa e a partir deste momento podemos perceber que não é uma história real.

É também neste momento que percebemos que Zelig era a representação dos próprios signos. Ele não tinha apenas uma personalidade, então a cada vez que adquiria uma outra diferente, consequentemente adquiria outro signo, pois ele tinha o desejo de ser tudo, e representar tudo, apenas por não se encaixar na sociedade. Quando é um homem branco, ele é um signo. Quando depois, aparece sendo um homem negro, é outro signo; e assim por diante. Em uma melhor análise semiótica, quando ele era ele mesmo ou quando assumia suas diversas personalidades, ele era ícone; era simplesmente o homem negro, ou o chinês, ou o soldado da tropa de Hitler. Quando as pessoas, por meio da mídia reconheciam nessas diferentes personalidades traços do que ele realmente era e o comparam, ele se tornava índice. Ele assumir diversas características da sociedade onde se infiltrava para criar novas personalidades, como mudar a cor de pele, assumir novo sotaque, vestuário, entre outros, simulando um falso signo, o fazia ser símbolo.

Zelig vira manchete de jornal e sua trama é contada exaustivamente, fazendo com que os grandes ganhem algumas moedas e esquecendo que apesar de toda a diferença, das situações inusitadas e da sua “doença” – do que até então estavam chamando -, ele não deixa de ser uma pessoa. Afinal, é isso que a indústria cultural faz: conta-nos o que ela quer que saibamos, do jeito que escolhe para ser contado, fazendo com que nossas escolhas sejam limitadas ao que nos oferecem.

O filme trata tudo isso com sarcasmo, numa grande comédia que retrata bem o jeito que os oligopólios lavam a nossa mente, nos oferecendo aquilo que temos que consumir, tudo aquilo que precisamos saber - o que querem que saibamos, nada mais que o que nos mostram.

Quando ele é curado e não assume mais nenhuma personalidade que não seja a dele própria, é esquecido por todos, pois deixa de ser interessante para pessoas e não é mais objeto de estudo, perdendo assim seu valor.

Zelig - Análise Semiótica II

Por Rejane Santos e Tábata Porti
 
Tudo o que constitui uma cena cotidiana, ainda mais quando ela pertence ao universo da imaginação de um autor e diretor em um filme, é um signo. Tudo aquilo que representa algo, que recebe um nome e tem uma imagem presente é um signo, fora as demais definições desse conceito.Tomando como base a análise dos signos presentes na narrativa do filme Zelig, de Woody Allen, podemos concluir que a narrativa é baseada na exposição desses signos, porque é a constante troca de signos em uma mesma personagem que deixa o espectador intrigado. Zelig é um retrato da mudança constante, do acompanhar tendências, portanto, um ícone do capitalismo, que faz com que as pessoas deixem-se levar pelo que é imposto pela maioria. No caso, ele se deixa levar para se incluir.

Na trama, a personagem que dá nome ao filme, vive em uma aparente crise de identidade e para sentir-se bem e pertencente aos grupos da sociedade, atribui a si mesmo as características desses grupos: cor de pele, sotaque, vestuário, expressão facial. Tornando-se um homem camaleão (na linguagem semiótica um ícone, o que parece a verdade absoluta para o espectador que ainda não compreende), conhecido pelos seus desaparecimentos e aparecimentos ocasionais e surpresos. Tudo que lhe é atribuído para a semelhança com os diferentes grupos é também um diferente signo inserido no contexto da história, como dito anteriormente, para intrigar o espectador e deixá-lo em dúvida sobre a veracidade dos fatos. Chega-se a conclusão de que o caso de Zelig, é neurológico e ele passa a consultar-se com uma terapeuta, que está disposta a ajudá-lo a superar suas crises de identidade.

Quando a imprensa toma conhecimentos do caso de Zelig e promove seu reconhecimento midiático, ele assume sua própria identidade (é quando se torna o índice, que compara as características das personagens assumidas com as do ser humano “real”), conhece personalidades famosas, até apaixonar-se e planejar um futuro na companhia de Eudora Fletcher, a terapeuta que tanto o ajudou. Zelig passa a viver a vida normalmente. Por conseqüência da exposição, seu passado vem à tona e junto a ele, tudo aquilo que Zelig não havia tomado conhecimento que acontecera em seus atos camaleônicos passados: outras famílias, outras vidas já antes confundidas. O homem que era exaltado vira alvo de piadas e abandono de seus admiradores. É aí que o confiante Zelig tem uma recaída e volta a desaparecer pelo mundo, para unir-se a novos grupos e assumir novas características (o símbolo, resultado das frustrações de seus personagens e de seu próprio eu; aí então forma-se um novo ícone). Quem preocupava-se com ele nos momentos de dificuldade trava uma busca por Zelig, até que ele seja encontrado e consiga retomar a normalidade e provar sua inocência diante das acusações.

O filme por si só é um índice porque adquire as características de um documentário mesmo não sendo. Toda a história é contada em um falso documentário, que mescla imagens antigas ainda em preto e branco, com gravações recentes, já coloridas. Em meio a história contada detalhadamente em poucas cores, existem os comentários de pessoas que supostamente teriam presenciado a história de Zelig. Apenas com o passar do tempo e justamente pelos detalhes das gravações, nos damos conta de que o documentário é inteiramente falso; e só mais tarde que é o próprio diretor quem interpreta o protagonista da história. Aparece aí mais uma das noções de ícone, índice e símbolo. A primeira vista, a personagem Zelig era um ator comum, ou uma personalidade real, um ícone, fruto da forma aparente. Quando associamos a imagem do protagonista à de Woody Allen, descobrimos um índice, fruto da memória. E após leitura, informação e pesquisa para confirmação do que se supõe, no caso, que é o próprio Woody Allen que interpreta Zelig, aparece um símbolo, fruto da cultura.

A produção do falso documentário ocorreu usando como desculpa, o fato de que os espectadores interpretam o cinema americano como verdade incontestável. Quando se provoca o espectador, e este acredita, há interesse cada vez maior e por consequência, o aumento da procura. É a indústria cultural que transforma a cultura numa forma de obtenção de lucro.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Zelig – Análise Semiótica

O filme Zelig é apresentado como um documentário, mas é fictício, sendo assim é um ícone. O personagem principal Leonard Zelig não é real. Trata-se de uma construção de uma falsa realidade idealizada e criticada pelo diretor Wood Allen – que é o próprio protagonista do filme. Zelig é um homem que diante do convívio com as pessoas, assume a personalidade delas, podendo ser médico, negro, índio, judeu etc. Tudo que Zelig precisa para modificar-se é um ambiente e pessoas diferentes dele, sendo assim, ele ganha feições e assume comportamentos. Zelig ganha além de roupas típicas, aparência e cor de pele das pessoas na qual convive, em poucos minutos.

A Dra. Eudora Fletcher assim como outros médicos, psicólogos e estudiosos, procuram entender o motivo desse comportamento. A verdade é que somente a Dra. Fletcher se preocupa com Zelig, pois as outras pessoas buscam nele somente popularidade. A partir daí a história de Leonard Zelig passa a ser veiculada em diversos meios de comunicação (jornais, revistas e rádio).
Zelig aparece ao lado de personalidades muito famosas da época reconhecidas até hoje, entre elas: Charles Chaplin, o presidente Woodrow Wilson e Hitler. Isto é a apropriação do simbólico (personagem reconhecidos pela história) para reforçar a categoria do simbólico (Zelig). Ao longo do filme observamos imagens em preto e branco e também depoimentos de pessoas importantes retratando assim, o aspecto documentário do filme. Percebe-se que durante todo o filme o diretor procurou dar credibilidade a história fazendo com que o espectador acreditasse que era a realidade.

O filme se passa nos anos 20, nessa época os Estados Unidos passava por um período de muita prosperidade. A imprensa mantinha-se de notícias escabrosas e chocantes, todo e qualquer acontecimento tornava-se assunto a ser publicado e ganhava muita repercussão e divulgação. Heróis eram feitos e desfeitos todos os dias. Nesse mesmo período surge Zelig. No instante em que foi diagnosticado pela Dra. Eudora Fletcher como um homem de múltiplas personalidades, ele se torna o assunto da vez. Com isso cria-se um simbólico, pois as pessoas começam à chamá-lo de Homem – Camaleão.

Zelig chama muita atenção na cidade e assim ganha o “prêmio” de ser reconhecido pela Indústria Cultural. Com o interesse das pessoas pela história do homem-camaleão (lê-se venda de jornais), sua peculiaridade de se transformar é comercializada, e assim vira garoto propaganda de sua marca. Zelig é vendido para as pessoas através de camisetas, copos, broches etc. Ganha música com o apelido que recebeu após a fama, e filme. A Indústria Cultural através do que a massa lhe apresenta elege, aceita ou não aquela informação. Aceitando, explora um acontecimento, história ou pessoa, para garantir lucros, sem que o espectador use seu senso crítico.

Analisando o filme também semioticamente, o que é mais do que possível, vemos que o diretor Wood Allen faz um jogo com as imagens argumentativas para caracterizar o simbólico. Zelig para ganhar a aparência de outras pessoas se caracteriza. Ele utiliza todos os códigos que definem a aparência das pessoas, que integram um grupo distinto do personagem. Ele se transforma em um índio e para isso ganha cor da pele diferenciada da sua, roupas, além de se comportar como tal.
Zelig só se transformava quando estava perto de alguém e assim ganhava suas características, não era algo voluntário. Essa transformação é uma crítica de Allen a sociedade americana que se comporta como se quisesse se esconder e não mostra quem realmente é e suas opiniões. Também percebemos que a maioria de suas transformações ocorre com negros, índios, judeus ortodoxos e até obesos.

Seguindo a Lógica de Pierce que define a interpretação segundo o espaço no qual o objeto é mostrado, analisamos que a cada transformação, só se era possível interpretar quem estava inserido naquele ambiente ou conhecia a história. Pois quem estivesse de fora ou não soubesse do diagnóstico do personagem principal não saberia dizer que aquilo era uma representação de alguém, não o próprio Zelig caracterizado.

Podemos observar, segundo a representação do signo e de suas classificações: ícone , índice e símbolo que ao se transformar, Zelig ganha as características de outras pessoas que não se assemelham a ele na realidade. Começa assim, sendo um ícone. Zelig é uma representação de alguém, quase uma cópia. A imagem com a foto do Homem – Camaleão nos produtos comercializados é um ícone também, pois é uma representação de Zelig, não sendo ele próprio. É um desenho. Ao se caracterizar como outras pessoas, existe uma comparação para ver de onde conhecemos tais características, é uma leitura do corpo, confundindo quanto a sua verdadeira identidade, isso é um índice. Quando as pessoas acreditam que o que estão vendo é um negro, não o Zelig, temos então um símbolo.

O filme possui várias linguagens distintas. Estas vão das caracterizações de Zelig, ao amor correspondido da Dra. Eudora Fletcher pelo seu paciente. Linguagem nada mais é do que tudo que damos significação ao lermos. Lemos um livro, uma foto, uma música, uma pessoa, gestos, a moda, a culinária. Tudo que produz sentido pode ser lido e assim interpretado. É fato que Allen se utiliza muito mais de códigos não-verbais para construir seu filme. É através das caracterizações de Zelig que se passa toda a história. Podemos ainda dar o exemplo das personalidades que aparecem. Quando Zelig aparece atrás de Hitler não há diálogo entre os envolvidos, rimos da forma como Zelig e a Dra se comunicam, através de gestos e depois fogem dos soltados de avião. Concluímos assim que há comunicação sem dialogo, ou melhor, há comunicação sem linguagem verbal, que se trata de fala, ou texto escrito. A base para o entendimento do filme está na leitura que fazemos dos signos presentes em tudo, mas principalmente, nas roupas, gestos e efeitos de imagens.

Rebeca Rodrigues e Taís Lenny

Ética x Transgressão

A análise do comportamento humano pode ser vista de duas formas: Ética e Transgressora. Comecemos por definir Ética, que é relativo ao modo de ser do homem, que vem da “consciência” de cada indivíduo. O homem utiliza-se de valores para orientar sua vida em sociedade, garantindo assim o bom andamento de seu convívio em grupo. Quando abordamos o conceito de Ética, não podemos deixar a Moral ser esquecida, já que ambas caminham juntas. Moral é o conjunto de normas que estabelecidas dão a ordem ao grupo social. Essas normas são adquiridas através da tradição herdada por gerações, além de costumes e do cotidiano das sociedades. Já a transgressão foge as normas e aos valores, estes que são conquistados através da cultura de cada indivíduo. Para conceituar transgredir, não encontramos palavras de cunho agradável, como por exemplo: “exceder”, “infringir”, “ir além” e assim por diante. Então, transgressor é aquele que não segue as normas impostas ou determinações de ordem, por assim dizer não é bem visto pela sociedade.

Colocando os conceitos de maneira prática e exemplificando-os, vemos que os opostos podem caminhar juntos para o bem ou para o mal. Para a constituição da humanidade como conhecemos hoje, foi preciso à mão de vários transgressores. O que para determinada cultura é bom para outra já não o é, e o tempo também se faz determinante. Dando como exemplo um transgressor que foi fundamental para que hoje entendêssemos como funciona o sistema solar, falamos de Galileu Galilei. No século XVII ele constrói um telescópio muito mais eficiente do que os existentes e defende a tese de Copérnico, na qual se afirmava que a Terra não era o centro do Universo. Galileu Galilei ganha como prêmio a perseguição da Igreja, que na época era quem determinava o certo e o errado. A Igreja detinha poder sobre as pessoas e assim impunha valores e normais à elas. Neste contexto Galileu Galilei foi um transgressor da sua época perseguido pela inquisição, hoje visto como gênio.

O exemplo dado é de alguém que ultrapassa a Ética e a Moral em busca de um bem maior. O tempo nesse caso foi o vilão da história de Galileu, pois na época em questão a ignorância imperava. Vindo para exemplos mais universais, podemos dizer que um homem que vê sua família passar fome e rouba para dá-los de comer é também um transgressor. Roubar é contra a lei, esse homem por mais que tenha agido por amor á família terá que arcar com as conseqüências de seus atos, já que a lei é feita para o bem-estar da sociedade e por obrigação deve ser cumprida.

Claro que não podemos esquecer aqueles que fazem questão de não se comportar de acordo com as normas estabelecidas, ficando a margem da sociedade; não por um por um bem maior, não pela sobrevivência. A verdade é que todo homem já pecou pelo excesso, já infringiu alguma lei, já teve uma atitude qualquer que não condiz com o que a sociedade espera e determina. Mas esses desvios não devem ser uma constante. Para a evolução e convívio do homem em sociedade, é necessário a continuação de padrões morais e éticos.

Rebeca Rodrigues e Taís Lenny

quinta-feira, 31 de março de 2011

Revitalizando

Quando resolvemos criar o blog, a intenção era contar experiências e registrar nossos avanços durante a faculdade, todos os trabalhos e as situações inusitadas; com o passar do semestre e a manutenção dos nossos próprios blogs, o nosso querido blog conjunto perdeu um pouco de sua função. Passamos a postar aqui apenas o essencial e o que era fácil, que estava pronto.

Parece que agora o blog voltará a ter função. O professor de Estudos da Semiótica nos pediu para mantermos um blog ativo, para o registro de atividades. O nosso espaço se encontra revigorado e para isso, houve uma mudança total e pronto para abrigar nossas novas ideias. Ainda competirá com nossos blogs individuais, mas a função acadêmica dará um novo propósito para o blog.

Agora temos duas novas integrantes, Danielle e Ellen, que se uniram as remanescentes do blog com o passar dos semestres da faculdade. Wendy, uma das membras fundadoras, nos abandonou no primeiro semestre, mas, não por isso perdeu o espaço pra escrever sobre o que ela quiser aqui; agora a participação dela é especial.

E é isso. Em breve voltaremos a ativa.

Rejane Santos

quinta-feira, 17 de março de 2011

O que houve com a MPB?

Todo o alarde quanto ao blog da Maria Bethânia é simplesmente um sintoma de revolta com todo o sistema que vivemos atualmente.

É fato que somos roubados o tempo todo por muitps políticos corruptos, há pouco vivemos toda a máfia e roubalheira do Detran sulista entre muitos outros casos, mas ainda assim, não é justo conosco que o governo tire de seu caixa o valor - completamente absurdo - de 1,3 milhões de reais para que Maria Bethânia possa destilar seus momentos de poetisa na internet.

Nada contra a Maria Bethânia, mas a MPB brasileira, apesar de muito linda e de ser um dos motivos de orgulho de nossa cultura, não vem se mobilizando há muito tempo quanto a nada que diz respeito à melhoria deste país.

Enquanto Bethânia recebe milhões por um simples blog, no congresso houve uma briga imensa para que o salário mínimo subisse para R$ 545, o que ainda é um valor extremamente baixo perto da necessidade de muitos brasileiros que vivem abaixo da linha da pobreza.

O que houve com a MPB que ns orgulhava tanto durante a época da ditadura? Nós últimos dias, o roqueiro Lobão tem sido alvo de diversas criticas por conta da campanha que lançou no twitter para que Bethânia devolvesse o dinheiro, alegando que foi feita por "preconceito" pela eterna briga MPB x rock. E que fiquei bem claro que não é por isso.

Diante disso, podemos perceber que é muito fácil se mobilizar quando tudo está difícil, quando todos os fatores tendem ao pior, para que assim, todos os envolvidos consigam virar um tipo de mártir. Com toda a influência que Bethânia tem, acredito que ela deveria lutar para que esse dinheiro fosse voltado ao povo, fosse destinado à alguns departamentos para que a passagem de ônibus da cidade de São Paulo - a mais cara de todo o país - pudesse diminuir.

Que voltem os anos de ouro da MPB junto com a luta de todos esses que um dia lutaram conosco e por nós.




Wendy Candido

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Para especialistas, 13º deve ser planejado

Benefício deve ser usado principalmente para quitar dívidas

Tábata Porti
Especial para o Diário Regional



O fim do ano chegou e, com ele, o 13º salário, cuja primeira parcela deve ser paga até o dia 30 de novembro. O abono natalino será concedido a 1,225 milhão de pessoas no ABC, com a injeção de R$ 1,15 bilhão na economia, segundo estimativa do Diário Regional. Por ser um recurso adicional e recebido em época de festas, o montante deve ser usado com cautela e requer planejamento.
Especialistas afirmam que o 13º salário deve ser usado, prioritariamente, para ajudar no pagamento de dívidas, de contas do começo do ano, além de ser incentivo a mais para as compras do Natal e Réveillon. Porém, para não desaparecer rapidamente, a dica é ter consciência na hora de usá-lo.
Segundo o economista Sandro Maskio, muitas pessoas acabam fazendo mais dívidas ao receber o 13º, já que gastam o dinheiro com festas, compras e viagens, sem planejar o início do ano, época que concentra o pagamento de impostos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), bem como a aquisição de material escolar, para quem tem filhos.
“O melhor a fazer é se programar para o início do ano. A dica é pagar as dívidas recentes, a começar pelos cartões de crédito e depois o cheque especial. Mesmo aqueles que não têm pagamentos atrasados devem se planejar em relação aos impostos do início do ano. Só depois é que se deve separar um pouco para as festas”, explicou Maskio.
Se as dívidas estão em dia e sobrou dinheiro, a dica é investi-lo. Para quem não conhece o mercado de ações, o economista ressaltou que o melhor a fazer é investir parte do 13º em fundos de renda fixa ou caderneta de poupança, sobre os quais incidem poucos impostos e taxas. “Para quem tem mais dinheiro, o mercado de ações e fundos de previdência são uma boa opção”, ressaltou.
O especialista em desenvolvimento financeiro e pessoal Antonio De Julio, da Moneyfit, recomenda que, ao receber o dinheiro, o trabalhador não deve usá-lo na hora, e sim, esperar ao menos cinco dias, a fim de evitar as compras por impulso. “Quem pega o 13º salário corre o risco de gastá-lo na mesma hora e, na maioria dos casos, com produtos desnecessários. Quem nunca fez isso? Até eu já fiz”, declarou.
Os bancos oferecem a antecipação do 13º salário, mas De Júlio não recomenda o empréstimo, “a não ser que seja algo de muita urgência, de vida ou morte, ou quando o trabalhador estiver com a corda no pescoço, com contas em juros altos, para quitar a dívida”. “O problema é que, nesses casos, pode ser que o banco ofereça serviços, venda consórcios e seguros. Vai da relação que o correntista tem com o gerente, mas não é obrigado a aceitar”, explicou.
Para De Julio, as pessoas parecem que tem medo do dinheiro e já querem devolvê-lo para onde veio. “O dinheiro nos pertence, essa é a frase que todos devem ter em mente ao recebe-lo”, finalizou o especialista.

Dúvidas e desejos

Está tão difícil escolher um candidato à Presidência nessas eleições de 2010. Vejo o horário eleitoral como uma luta, em que os candidatos Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB) cutucam o calo do outro. É claro que os postulantes devem publicar seus projetos para o povo brasileiro, mas provocar? Muitas pessoas já escolheram em quem irão votar, mas e aqueles que ainda não decidiram?
Quando penso nos presidenciáveis, o que me vem à cabeça são suas brigas e não suas idéias. A população fica confusa diante deste “ringue” e, agora, fiquei ainda mais ao ver o novo programa eleitoral em que aparece Chico Buarque e Gilberto Gil dando apoio à candidata do PT. Não entendi, será que isso é uma apelação para os fãs desses artistas votarem na Dilma? Para mostrar para o Serra que ela tem apoio de pessoas queridas pelos brasileiros? Tudo bem que cada um tem sua liberdade de expressão, porém continuo na dúvida.
Não estou defendendo ninguém, muito menos tentando influenciar os leitores, mas não acho que não sou a única a pensar nisso, mesmo fazendo parte de uma minoria. O que quero mesmo e isso jamais ficarei em dúvida é o meu desejo. O desejo de que o candidato que for eleito saiba administrar nosso Brasil, visando não só uma classe social, ou apenas alguns projetos que tenham vantagem na economia do país, e sim que saibam ampliar suas idéias, e não viajando ou enchendo seus bolsos com o dinheiro do povo.

Tábata Porti

Noiva ou Noivo?

Parece que conseguir um bom marido hoje em dia está difícil mesmo. Por isso, uma noiva de Taiwan que não tinha noivo resolveu se casar. Sozinha, mesmo.
Chen Wei-yih convidou 30 pessoas, contratou o bufê e teve até a ajuda de uma planejadora de casamentos profissional. Dá pra acreditar? Tem gente que não tem o que fazer mesmo. Se fosse algo normal, tudo bem, até entenderia. Porém, um casamento em que a noiva é o noivo e vice-versa, não acontece todo o dia. E dou graças a Deus por isso. Se para muitos está difícil de encontrar um companheiro, imagina se todo mundo resolvesse casar consigo mesmo? Realmente, o amor pelo próximo está se esfriando.
Fico me perguntando se ela é narcísea. O narcisismo é um conceito criado por Freud, que adotou o termo a partir do mito grego de Narciso, um homem que se apaixonou por si mesmo ao ver seu reflexo na água. Será que aconteceu o mesmo com ela? Ou é falta de um companheiro mesmo? Não entendo esse tipo de esquisitice.
Para completar esta linda cerimônia, não poderia faltar a lua de mel. É verdade, acontecerá na Austrália, com ela mesma. Talvez, Chen Wei-yin não queira dividir o mesmo teto com outra pessoa, e então, preferiu ficar com ela mesma, pelo menos brigas acho que não terá. Pode uma coisa dessas?

Tábata Porti

domingo, 24 de outubro de 2010

Storyboard - Josefa Elizabete da Costa

Mãe, avó, amiga, confidente e vendedora de café da manhã.

Está é Josefa Elizabete da Costa, 57 anos, que nasceu em João Alfredo em Pernambuco e veio com o marido para São Paulo há mais de 30 anos em busca de novos horizontes, sem saber o que poderia encontrar e deixando a filha pequena morando com a avó. Já na cidade, após ficar viúva e casar-se de novo teve cinco filhos.

Chegou a trabalhar em outras atividades, mas o ofício do café da manhã foi o que conquistou sua família, iniciando com o filho, passando para ela, o marido e outra filha. Isso os ajuda a pagar as despesas da casa que considerada por eles uma mini-empresa já que lá preparam tudo que é vendido pela família. Cada um possui um ponto diferente de venda.

Trabalha de segunda a sexta, das 5hs às 10hs da manhã, dorme pouco e também é dona de casa. Utiliza os fins de semana para esse segundo trabalho e sempre que encontra um espaço de tempo, dorme, para compensar as poucas três horas de sono que tem durante a semana. O vínculo que criou com as pessoas que atende a motiva a levantar cedo e partir para a cansativa jornada. Ela diz que apesar do cansaço, trabalhar informalmente é melhor do que trabalhar em casa sendo candidata a depressão.

Rejane Santos


Apresentação - Leitura do Urbano: Os olhos são as janelas da alma

Quando o tema do trabalho foi proposto chegamos a pensar em várias idéias legais e diferentes, que por conta de complicações, acabaram não dando certo. Até que conversando, decidimos fazer algo também diferente, mas um pouco mais subjetivo. Nos perguntamos se podíamos arriscar nesse tipo de fotografia, mas recebemos incentivo do professor, para que assim pudéssemos começar a procurar os melhores lugares e as melhores pessoas. Escolhemos fotografar as janelas da alma.

A expressão “os olhos são as janelas da alma e o espelho do mundo” é de conhecimento público e foi citada indiretamente na Bíblia, reelaborada por Leonardo da Vinci e mais recentemente pela filósofa brasileira Marilena Chauí. A expressão tem esse conceito devido ao fato dos nossos olhos serem a porta de entrada das primeiras percepções do mundo, isto é, dos cinco sentidos o mais imediato e que é capaz de perceber pioneiramente os acontecimentos. Por outro lado, é também capaz de refletir sentimentos e o que acontece no interior de cada pessoa, sendo um indicador de emoções, personalidade e experiências.

Cada pessoa tem a sua história, sua essência, sua particularidade. As vezes o olhar pode dizer muito sobre alguém, as vezes é necessário que saibamos interpretá-lo. É difícil através de uma foto, conhecer o interior de uma pessoa, mas buscamos selecionar aquelas cujas fotografias, além de interessantes nos fizessem refletir sobre o que se escondia através de olhares, cores e sinais. E esse é o resultado.

Rejane Santos

terça-feira, 22 de junho de 2010

Twitter: nova ferramenta para o jornalismo

Há os que acreditem que o microblog serve apenas para a troca de mensagens entre pessoas na internet , mas o Twitter se tornou mais que isso. Atualmente ele serve também para troca de informações, notícias e propagandas. A ferramenta está mudando a forma de fazer jornalismo.

O Twitter nasceu em 21 de março de 2006 às 18h02 (horário de Brasília). Permitindo só escrever 140 caracteres por mensagem, a ferramenta surgiu para promover a troca de mensagens de texto entre empresários, não para o que é utilizado hoje: diversão, autopromoção, fonte e divulgador de informação e compartilhamento. Atualmente mais de 75 milhões de pessoas no mundo o utilizam, entre elas, pessoas comuns, artistas, jornalistas, empresas etc. No Brasil há mais de 10 milhões de usuários.

Se observarmos bem, a ferramenta se tornou importante fonte de informação e divulgador de notícias. No jornalismo está se tornando indispensável. Os sensacionalistas que espionam os artistas para postar qualquer tipo de informação nos sites e jornalistas sérios buscam informações relevantes para um trabalho de excelência e notícia de interesse público.

Em junho de 2009, iranianos enviaram ao mundo mensagens utilizando o Twitter. Relataram o cenário do país pressionado pelo governo local. Isso foi extremamente importante para os jornalistas, pois profissionais de várias partes do mundo foram proibidos de divulgar as notícias sobre as eleições e foram obrigados a permanecerem nos hotéis do Irã. Já no dia 20 de abril deste ano, twitteiros enviaram ao jornalista Ricardo Noblat informações sobre as chuvas no rio. Todas as informações eram verdadeiras, e iam sendo postadas no twitter de Noblat para que todos os seguidores vissem. No mesmo dia, Noblat postou no blog que a internet permite que a notícia seja uma conversa com o público. O jornalista só utiliza o microblog para o jornalismo.

O microblog não atrapalha o trabalho dos jornalistas. Segundo o Ricardo Noblat o Twitter serve para ensinar os jornalistas a escreverem menos e serem ainda mais objetivos; um desafio para os profissionais. Quanto mais canais de distribuição de informações melhor para o jornalista. A forma como a ferramenta alcança o público divulgando a informação com rapidez é uma grande vantagem. Podemos postar mensagens de qualquer lugar a qualquer hora, por conta da internet e da portabilidade, até mesmo com celulares.

Jornalistas não usam o Twitter só para a profissão, muitos usam para contar o seu dia-a-dia e os bastidores das matérias. William Bonner âncora do Jornal Nacional na rede Globo de Televisão relatava ao público o que fazia durante o dia e ainda pedia para as pessoas escolherem sua gravata para usar quando apresentasse o Jornal Nacional. Ele relatou a Veja que conheceu o Twitter numa palestra dentro da TV Globo que foi apresentado pelo diretor-presidente da área de internet.

Mas os que querem por meio da ferramenta acompanhar um fato que já aconteceu devem recorrer aos sites jornalísticos. Se utilizarmos as tags (palavras mais buscadas e mais utilizadas por usuários) até se tem alguma informação, mas é um pouco confuso achar o início da conversa. As tags servem de fórum de discussão. Muitas pessoas entram no Twitter sem saber de um determinado acontecimento importante do dia e descobrem ali o que acontece no país e mundo. As tags ainda nos permitem lembrar datas de comemorações nacionais e internacionais.

Os problemas com a ferramenta também existem. Muitas vezes você não sabe quem esta falando pelo Twitter. Existem na rede perfis de pessoas se passando por especialistas, jornalistas, celebridades e mídias jornalísticas. Deve-se apurar sempre. Ao ver uma informação, devemos checar se o perfil é verdadeiro e se a informação confere.

Não se trata aqui de transformar a rede social em um local exclusivo de informações jornalísticas com conceitos de noticiabilidade. Estamos falando do rumo que a ferramenta tomou, ajudando os jornalistas a produzir notícias e divulgá-las. Além da interação com o público, que faz da notícia uma conversa. A informação pode ser levada a debate e ter o maior alcance de leitores.

Taís Lenny

Dunga X Rede Globo


E a polêmica da vez é Dunga ter tratado mal a imprensa. O técnico da seleção brasileira após o jogo entre Brasil e Costa do Marfim, já na coletiva de imprensa, ironizou e falou palavrões para Alex Escobar jornalista da TV Globo. Acredito que este tenha sido o maior problema. O técnico não permite regalias á imprensa, nem mesmo quando esta é a Rede Globo de Televisão. Não permite que seus jogadores dêem entrevistas fora de hora ou tenham folga. Segundo Dunga assim eles não estariam de folga e sim trabalhando para os jornalistas. Os programas de humor, também e ainda mais, estão terminantemente proibidos de se aproximar.

A mídia hoje em dia pode tudo, quer de qualquer maneira ter o furo e não se importa com assuntos de interesse público ou do público, o importante é o que dará mais audiência. A TV globo levou para África do Sul uma grande quantidade de jornalistas e está conseguindo mostrar pouco além dos jogos. As curiosidades dos jogadores e o samba no ônibus deverão ficar para próxima Copa do Mundo.

Não se trata aqui de defender o Dunga ou a Rede Globo que fez o Tadeu Schmidt com um texto em tom editorial se manifestar no Fantástico. Os dois lados estão errados. O público gosta de saber o que acontece com a seleção que está representando seu país, mas o nosso técnico está dificultando as coisas. E o papel do jornalismo é divulgar informações para o público.

No twitter foi gerada uma nova repercussão, ao invés de CALA BOCA GALVAO é CALA BOCA TADEU SCHMIDT. Não adianta as pessoas estarem criticando o jornalista, ele é um funcionário que deve seguir a linha editorial de sua emissora. O texto foi dele, mas a idéia não. "Xingou o técnico, é jornalismo; xingou os jornalistas, é crime contra a liberdade de imprensa. CALA BOCA TADEU SCHMIDT", disse um usuário do microblog. O que não deixa de ser verdade.

Taís Lenny

quinta-feira, 17 de junho de 2010

primeiro semestre de faculdade

Eu iniciei esse ano com muitas dúvidas, não sabia o que me aguardava na Anhembi Morumbi. Sempre tive certo receio com essa faculdade, mas acabou que o destino me levou até ela e foi talvez a melhor coisa que me poderia ter acontecido.

Conheci um grupo de colegas maravilhosas, que em muito pouco tempo se transformaram em amigas, parceiras, fofinhas. Dessa forma eu não me senti isolada, o que eu sempre temo quando chego à um lugar diferente. Foi mais fácil por causa delas.

Também pude entender certos valores que estavam esquecidos dentro de mim, voltei a aprender a estudar e tive que aprender a me esforçar, agir por mim e para os outros; me convencendo de que daqui pra frente tudo será mais complicado e que apesar das brincadeiras e dos momentos de discontração, se não houver aquela dedicação cem por cento desde o começo a pressão a respeito dos resultados finais aumenta muito.

Quando eu me dei conta de que estava na faculdade, já era tarde demais. Pontos importantes já haviam sido perdidos, falhas foram cometidas e eu acabei me perdendo, me encontrei de uns dois meses pra cá. Logo, estou aflita por causa de uma matéria e é por causa dessa matéria que eu ainda não posso me considerar de férias; mas eu sempre fui muito positiva e nesse caso não é diferente. Vou passar bem, muito bem, I do believe. Mas pro segundo semestre fica a dica sobre como eu devo me comportar e me ajudar na faculdade.

Aprendi a escrever em pirâmide invertida, em nota manchetada, títulos, subtítulos, caixa alta, toques e lead. Tive que aprender a ser curiosa, formular perguntas, respostas e resumir. O texto de rádio, o de televisão e o de jornal são completamente diferentes e existe deadline pra tudo, até pra entregar as atividades. Mas dentre tantas descobertas nesses últimos meses eternos, uma é considerada por mim a mais importante: A que confirma que eu quero mesmo ser jornalista. E agora que eu sei disso, não vou desistir.

Rejane Santos

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A morte de Tancredo e o Governo Sarney

A ditadura termina com a transferência do poder aos civis. Após o governo de João Batista Figueiredo, houve uma tentativa de apresentar como candidato a sucessão presidencial o político paulista Paulo Salim Maluf (os maus vivem muito) do Partido democrático Liberal (PDS). Paulo Maluf era favorito entre aqueles que fizeram parte do pacto de dominação estabelecido desde o golpe de 1964.

Claro que havia dissidentes no Brasil, aqueles que não concordavam em colocar o Maluf no poder. Esses também pertencentes do PDS fundaram uma nova agremiação política: o Partido da Frente Liberal (PFL).

Criado o novo partido o PFL formou uma aliança com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que tinha como candidato Tancredo Neves, o vice seria José Sarney (os maus vivem muito [2]).

A eleição presidencial foi indireta, o povo que era o mais interessado não podia votar. O colégio eleitoral era formado por senadores e foi decidido na Câmara Federal. Tancredo Neves foi eleito com 480 votos contra 180. Mas não podemos dizer se foi um bom presidente.

A posse do novo presidente estava marcada para 15 de março de 1985. Mas infelizmente, ou felizmente para o Sarney, Tancredo teve problemas de “saúde”. O presidente sem posse morreu no dia 21 de abril (mesmo dia que Tiradentes), aos 75 anos de idade, de infecção generalizada.

Muitos não acreditam que a morte foi provocada, ou mesmo que não fizeram nenhum esforço para salvar o presidente sem posse e ainda que esconderam o corpo e Tancredo morreu quatro dias antes de ser divulgada a morte pela mídia. Glória Maria é apontada como cúmplice. Logo após a morte de Tancredo ela ficou um tempo afastada da mídia e até hoje se nega a falar sobre o assunto. Como não temos provas, sugiro aos leitores que pesquisem sobre e tirem suas próprias conclusões.

Essa historinha só nós mostra uma coisa: ainda existem mistérios sobre o Brasil além da Ditadura. E só para contextualizar Aécio Neves, que hoje se recusa em ser vice-presidente de José Serra, é neto de Tancredo.

Voltemos então a falar de Sarney. Com a morte inesperada de Tancredo, as pessoas duvidavam se Sarney deveria mesmo tomar o lugar do outro. Políticos da oposição temiam que houvesse uma intervenção militar e a redemocratização estivesse perdida. Mas não, o vice do presidente morto assumiu o poder na data de posse do último.


Durante seu governo o presidente Sarney não foi bem sucedido em seus planos tendo uma grave crise econômica e um quadro de hiperinflação histórica, mas a consolidação da democracia brasileira foi bem vinda.

Falando da área econômica, o governo Sarney fez uma ampla reforma monetária conhecida como Plano Cruzado em 1986 que era como um congelamento geral de preços por um ano, e a adoção do “gatilho salarial” expressão adotada na época para designar o reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou ultrapassava os 20%. Porém não deu certo a todo momento a inflação subia exigindo que medidas fossem tomadas. Um outro programa econômico foi criado (o terceiro do governo), chamado Plano Verão que não ajudou em nada e entre fevereiro de 1989 e março de 1990, o Brasil entra numa profunda crise e a inflação chega a 2.751%.

O grande feito durante o governo Sarney foi a redemocratização do país. A nova constituição foi em 5 de outubro de 1988, a mais democrática da história. A nova Carta adotou o presidencialismo como forma de governo com votação direta e em dois turnos, afirmou a independencia dos três poderes, restringiu as forças armadas e deu votos aos analfabetos e maiores de 16 anos entre outras coisas.


Em 1989 foram feitas eleições diretas para Presidente da República, as primeiras em 29 anos. Sarney foi sucedido por Fernando Collor de Melo que será tratado no próximo post.

Tais Lenny