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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Zelig – Análise Semiótica

O filme Zelig é apresentado como um documentário, mas é fictício, sendo assim é um ícone. O personagem principal Leonard Zelig não é real. Trata-se de uma construção de uma falsa realidade idealizada e criticada pelo diretor Wood Allen – que é o próprio protagonista do filme. Zelig é um homem que diante do convívio com as pessoas, assume a personalidade delas, podendo ser médico, negro, índio, judeu etc. Tudo que Zelig precisa para modificar-se é um ambiente e pessoas diferentes dele, sendo assim, ele ganha feições e assume comportamentos. Zelig ganha além de roupas típicas, aparência e cor de pele das pessoas na qual convive, em poucos minutos.

A Dra. Eudora Fletcher assim como outros médicos, psicólogos e estudiosos, procuram entender o motivo desse comportamento. A verdade é que somente a Dra. Fletcher se preocupa com Zelig, pois as outras pessoas buscam nele somente popularidade. A partir daí a história de Leonard Zelig passa a ser veiculada em diversos meios de comunicação (jornais, revistas e rádio).
Zelig aparece ao lado de personalidades muito famosas da época reconhecidas até hoje, entre elas: Charles Chaplin, o presidente Woodrow Wilson e Hitler. Isto é a apropriação do simbólico (personagem reconhecidos pela história) para reforçar a categoria do simbólico (Zelig). Ao longo do filme observamos imagens em preto e branco e também depoimentos de pessoas importantes retratando assim, o aspecto documentário do filme. Percebe-se que durante todo o filme o diretor procurou dar credibilidade a história fazendo com que o espectador acreditasse que era a realidade.

O filme se passa nos anos 20, nessa época os Estados Unidos passava por um período de muita prosperidade. A imprensa mantinha-se de notícias escabrosas e chocantes, todo e qualquer acontecimento tornava-se assunto a ser publicado e ganhava muita repercussão e divulgação. Heróis eram feitos e desfeitos todos os dias. Nesse mesmo período surge Zelig. No instante em que foi diagnosticado pela Dra. Eudora Fletcher como um homem de múltiplas personalidades, ele se torna o assunto da vez. Com isso cria-se um simbólico, pois as pessoas começam à chamá-lo de Homem – Camaleão.

Zelig chama muita atenção na cidade e assim ganha o “prêmio” de ser reconhecido pela Indústria Cultural. Com o interesse das pessoas pela história do homem-camaleão (lê-se venda de jornais), sua peculiaridade de se transformar é comercializada, e assim vira garoto propaganda de sua marca. Zelig é vendido para as pessoas através de camisetas, copos, broches etc. Ganha música com o apelido que recebeu após a fama, e filme. A Indústria Cultural através do que a massa lhe apresenta elege, aceita ou não aquela informação. Aceitando, explora um acontecimento, história ou pessoa, para garantir lucros, sem que o espectador use seu senso crítico.

Analisando o filme também semioticamente, o que é mais do que possível, vemos que o diretor Wood Allen faz um jogo com as imagens argumentativas para caracterizar o simbólico. Zelig para ganhar a aparência de outras pessoas se caracteriza. Ele utiliza todos os códigos que definem a aparência das pessoas, que integram um grupo distinto do personagem. Ele se transforma em um índio e para isso ganha cor da pele diferenciada da sua, roupas, além de se comportar como tal.
Zelig só se transformava quando estava perto de alguém e assim ganhava suas características, não era algo voluntário. Essa transformação é uma crítica de Allen a sociedade americana que se comporta como se quisesse se esconder e não mostra quem realmente é e suas opiniões. Também percebemos que a maioria de suas transformações ocorre com negros, índios, judeus ortodoxos e até obesos.

Seguindo a Lógica de Pierce que define a interpretação segundo o espaço no qual o objeto é mostrado, analisamos que a cada transformação, só se era possível interpretar quem estava inserido naquele ambiente ou conhecia a história. Pois quem estivesse de fora ou não soubesse do diagnóstico do personagem principal não saberia dizer que aquilo era uma representação de alguém, não o próprio Zelig caracterizado.

Podemos observar, segundo a representação do signo e de suas classificações: ícone , índice e símbolo que ao se transformar, Zelig ganha as características de outras pessoas que não se assemelham a ele na realidade. Começa assim, sendo um ícone. Zelig é uma representação de alguém, quase uma cópia. A imagem com a foto do Homem – Camaleão nos produtos comercializados é um ícone também, pois é uma representação de Zelig, não sendo ele próprio. É um desenho. Ao se caracterizar como outras pessoas, existe uma comparação para ver de onde conhecemos tais características, é uma leitura do corpo, confundindo quanto a sua verdadeira identidade, isso é um índice. Quando as pessoas acreditam que o que estão vendo é um negro, não o Zelig, temos então um símbolo.

O filme possui várias linguagens distintas. Estas vão das caracterizações de Zelig, ao amor correspondido da Dra. Eudora Fletcher pelo seu paciente. Linguagem nada mais é do que tudo que damos significação ao lermos. Lemos um livro, uma foto, uma música, uma pessoa, gestos, a moda, a culinária. Tudo que produz sentido pode ser lido e assim interpretado. É fato que Allen se utiliza muito mais de códigos não-verbais para construir seu filme. É através das caracterizações de Zelig que se passa toda a história. Podemos ainda dar o exemplo das personalidades que aparecem. Quando Zelig aparece atrás de Hitler não há diálogo entre os envolvidos, rimos da forma como Zelig e a Dra se comunicam, através de gestos e depois fogem dos soltados de avião. Concluímos assim que há comunicação sem dialogo, ou melhor, há comunicação sem linguagem verbal, que se trata de fala, ou texto escrito. A base para o entendimento do filme está na leitura que fazemos dos signos presentes em tudo, mas principalmente, nas roupas, gestos e efeitos de imagens.

Rebeca Rodrigues e Taís Lenny

Ética x Transgressão

A análise do comportamento humano pode ser vista de duas formas: Ética e Transgressora. Comecemos por definir Ética, que é relativo ao modo de ser do homem, que vem da “consciência” de cada indivíduo. O homem utiliza-se de valores para orientar sua vida em sociedade, garantindo assim o bom andamento de seu convívio em grupo. Quando abordamos o conceito de Ética, não podemos deixar a Moral ser esquecida, já que ambas caminham juntas. Moral é o conjunto de normas que estabelecidas dão a ordem ao grupo social. Essas normas são adquiridas através da tradição herdada por gerações, além de costumes e do cotidiano das sociedades. Já a transgressão foge as normas e aos valores, estes que são conquistados através da cultura de cada indivíduo. Para conceituar transgredir, não encontramos palavras de cunho agradável, como por exemplo: “exceder”, “infringir”, “ir além” e assim por diante. Então, transgressor é aquele que não segue as normas impostas ou determinações de ordem, por assim dizer não é bem visto pela sociedade.

Colocando os conceitos de maneira prática e exemplificando-os, vemos que os opostos podem caminhar juntos para o bem ou para o mal. Para a constituição da humanidade como conhecemos hoje, foi preciso à mão de vários transgressores. O que para determinada cultura é bom para outra já não o é, e o tempo também se faz determinante. Dando como exemplo um transgressor que foi fundamental para que hoje entendêssemos como funciona o sistema solar, falamos de Galileu Galilei. No século XVII ele constrói um telescópio muito mais eficiente do que os existentes e defende a tese de Copérnico, na qual se afirmava que a Terra não era o centro do Universo. Galileu Galilei ganha como prêmio a perseguição da Igreja, que na época era quem determinava o certo e o errado. A Igreja detinha poder sobre as pessoas e assim impunha valores e normais à elas. Neste contexto Galileu Galilei foi um transgressor da sua época perseguido pela inquisição, hoje visto como gênio.

O exemplo dado é de alguém que ultrapassa a Ética e a Moral em busca de um bem maior. O tempo nesse caso foi o vilão da história de Galileu, pois na época em questão a ignorância imperava. Vindo para exemplos mais universais, podemos dizer que um homem que vê sua família passar fome e rouba para dá-los de comer é também um transgressor. Roubar é contra a lei, esse homem por mais que tenha agido por amor á família terá que arcar com as conseqüências de seus atos, já que a lei é feita para o bem-estar da sociedade e por obrigação deve ser cumprida.

Claro que não podemos esquecer aqueles que fazem questão de não se comportar de acordo com as normas estabelecidas, ficando a margem da sociedade; não por um por um bem maior, não pela sobrevivência. A verdade é que todo homem já pecou pelo excesso, já infringiu alguma lei, já teve uma atitude qualquer que não condiz com o que a sociedade espera e determina. Mas esses desvios não devem ser uma constante. Para a evolução e convívio do homem em sociedade, é necessário a continuação de padrões morais e éticos.

Rebeca Rodrigues e Taís Lenny

domingo, 24 de outubro de 2010

Storyboard - Josefa Elizabete da Costa

Mãe, avó, amiga, confidente e vendedora de café da manhã.

Está é Josefa Elizabete da Costa, 57 anos, que nasceu em João Alfredo em Pernambuco e veio com o marido para São Paulo há mais de 30 anos em busca de novos horizontes, sem saber o que poderia encontrar e deixando a filha pequena morando com a avó. Já na cidade, após ficar viúva e casar-se de novo teve cinco filhos.

Chegou a trabalhar em outras atividades, mas o ofício do café da manhã foi o que conquistou sua família, iniciando com o filho, passando para ela, o marido e outra filha. Isso os ajuda a pagar as despesas da casa que considerada por eles uma mini-empresa já que lá preparam tudo que é vendido pela família. Cada um possui um ponto diferente de venda.

Trabalha de segunda a sexta, das 5hs às 10hs da manhã, dorme pouco e também é dona de casa. Utiliza os fins de semana para esse segundo trabalho e sempre que encontra um espaço de tempo, dorme, para compensar as poucas três horas de sono que tem durante a semana. O vínculo que criou com as pessoas que atende a motiva a levantar cedo e partir para a cansativa jornada. Ela diz que apesar do cansaço, trabalhar informalmente é melhor do que trabalhar em casa sendo candidata a depressão.

Rejane Santos


Apresentação - Leitura do Urbano: Os olhos são as janelas da alma

Quando o tema do trabalho foi proposto chegamos a pensar em várias idéias legais e diferentes, que por conta de complicações, acabaram não dando certo. Até que conversando, decidimos fazer algo também diferente, mas um pouco mais subjetivo. Nos perguntamos se podíamos arriscar nesse tipo de fotografia, mas recebemos incentivo do professor, para que assim pudéssemos começar a procurar os melhores lugares e as melhores pessoas. Escolhemos fotografar as janelas da alma.

A expressão “os olhos são as janelas da alma e o espelho do mundo” é de conhecimento público e foi citada indiretamente na Bíblia, reelaborada por Leonardo da Vinci e mais recentemente pela filósofa brasileira Marilena Chauí. A expressão tem esse conceito devido ao fato dos nossos olhos serem a porta de entrada das primeiras percepções do mundo, isto é, dos cinco sentidos o mais imediato e que é capaz de perceber pioneiramente os acontecimentos. Por outro lado, é também capaz de refletir sentimentos e o que acontece no interior de cada pessoa, sendo um indicador de emoções, personalidade e experiências.

Cada pessoa tem a sua história, sua essência, sua particularidade. As vezes o olhar pode dizer muito sobre alguém, as vezes é necessário que saibamos interpretá-lo. É difícil através de uma foto, conhecer o interior de uma pessoa, mas buscamos selecionar aquelas cujas fotografias, além de interessantes nos fizessem refletir sobre o que se escondia através de olhares, cores e sinais. E esse é o resultado.

Rejane Santos

terça-feira, 22 de junho de 2010

Twitter: nova ferramenta para o jornalismo

Há os que acreditem que o microblog serve apenas para a troca de mensagens entre pessoas na internet , mas o Twitter se tornou mais que isso. Atualmente ele serve também para troca de informações, notícias e propagandas. A ferramenta está mudando a forma de fazer jornalismo.

O Twitter nasceu em 21 de março de 2006 às 18h02 (horário de Brasília). Permitindo só escrever 140 caracteres por mensagem, a ferramenta surgiu para promover a troca de mensagens de texto entre empresários, não para o que é utilizado hoje: diversão, autopromoção, fonte e divulgador de informação e compartilhamento. Atualmente mais de 75 milhões de pessoas no mundo o utilizam, entre elas, pessoas comuns, artistas, jornalistas, empresas etc. No Brasil há mais de 10 milhões de usuários.

Se observarmos bem, a ferramenta se tornou importante fonte de informação e divulgador de notícias. No jornalismo está se tornando indispensável. Os sensacionalistas que espionam os artistas para postar qualquer tipo de informação nos sites e jornalistas sérios buscam informações relevantes para um trabalho de excelência e notícia de interesse público.

Em junho de 2009, iranianos enviaram ao mundo mensagens utilizando o Twitter. Relataram o cenário do país pressionado pelo governo local. Isso foi extremamente importante para os jornalistas, pois profissionais de várias partes do mundo foram proibidos de divulgar as notícias sobre as eleições e foram obrigados a permanecerem nos hotéis do Irã. Já no dia 20 de abril deste ano, twitteiros enviaram ao jornalista Ricardo Noblat informações sobre as chuvas no rio. Todas as informações eram verdadeiras, e iam sendo postadas no twitter de Noblat para que todos os seguidores vissem. No mesmo dia, Noblat postou no blog que a internet permite que a notícia seja uma conversa com o público. O jornalista só utiliza o microblog para o jornalismo.

O microblog não atrapalha o trabalho dos jornalistas. Segundo o Ricardo Noblat o Twitter serve para ensinar os jornalistas a escreverem menos e serem ainda mais objetivos; um desafio para os profissionais. Quanto mais canais de distribuição de informações melhor para o jornalista. A forma como a ferramenta alcança o público divulgando a informação com rapidez é uma grande vantagem. Podemos postar mensagens de qualquer lugar a qualquer hora, por conta da internet e da portabilidade, até mesmo com celulares.

Jornalistas não usam o Twitter só para a profissão, muitos usam para contar o seu dia-a-dia e os bastidores das matérias. William Bonner âncora do Jornal Nacional na rede Globo de Televisão relatava ao público o que fazia durante o dia e ainda pedia para as pessoas escolherem sua gravata para usar quando apresentasse o Jornal Nacional. Ele relatou a Veja que conheceu o Twitter numa palestra dentro da TV Globo que foi apresentado pelo diretor-presidente da área de internet.

Mas os que querem por meio da ferramenta acompanhar um fato que já aconteceu devem recorrer aos sites jornalísticos. Se utilizarmos as tags (palavras mais buscadas e mais utilizadas por usuários) até se tem alguma informação, mas é um pouco confuso achar o início da conversa. As tags servem de fórum de discussão. Muitas pessoas entram no Twitter sem saber de um determinado acontecimento importante do dia e descobrem ali o que acontece no país e mundo. As tags ainda nos permitem lembrar datas de comemorações nacionais e internacionais.

Os problemas com a ferramenta também existem. Muitas vezes você não sabe quem esta falando pelo Twitter. Existem na rede perfis de pessoas se passando por especialistas, jornalistas, celebridades e mídias jornalísticas. Deve-se apurar sempre. Ao ver uma informação, devemos checar se o perfil é verdadeiro e se a informação confere.

Não se trata aqui de transformar a rede social em um local exclusivo de informações jornalísticas com conceitos de noticiabilidade. Estamos falando do rumo que a ferramenta tomou, ajudando os jornalistas a produzir notícias e divulgá-las. Além da interação com o público, que faz da notícia uma conversa. A informação pode ser levada a debate e ter o maior alcance de leitores.

Taís Lenny

Dunga X Rede Globo


E a polêmica da vez é Dunga ter tratado mal a imprensa. O técnico da seleção brasileira após o jogo entre Brasil e Costa do Marfim, já na coletiva de imprensa, ironizou e falou palavrões para Alex Escobar jornalista da TV Globo. Acredito que este tenha sido o maior problema. O técnico não permite regalias á imprensa, nem mesmo quando esta é a Rede Globo de Televisão. Não permite que seus jogadores dêem entrevistas fora de hora ou tenham folga. Segundo Dunga assim eles não estariam de folga e sim trabalhando para os jornalistas. Os programas de humor, também e ainda mais, estão terminantemente proibidos de se aproximar.

A mídia hoje em dia pode tudo, quer de qualquer maneira ter o furo e não se importa com assuntos de interesse público ou do público, o importante é o que dará mais audiência. A TV globo levou para África do Sul uma grande quantidade de jornalistas e está conseguindo mostrar pouco além dos jogos. As curiosidades dos jogadores e o samba no ônibus deverão ficar para próxima Copa do Mundo.

Não se trata aqui de defender o Dunga ou a Rede Globo que fez o Tadeu Schmidt com um texto em tom editorial se manifestar no Fantástico. Os dois lados estão errados. O público gosta de saber o que acontece com a seleção que está representando seu país, mas o nosso técnico está dificultando as coisas. E o papel do jornalismo é divulgar informações para o público.

No twitter foi gerada uma nova repercussão, ao invés de CALA BOCA GALVAO é CALA BOCA TADEU SCHMIDT. Não adianta as pessoas estarem criticando o jornalista, ele é um funcionário que deve seguir a linha editorial de sua emissora. O texto foi dele, mas a idéia não. "Xingou o técnico, é jornalismo; xingou os jornalistas, é crime contra a liberdade de imprensa. CALA BOCA TADEU SCHMIDT", disse um usuário do microblog. O que não deixa de ser verdade.

Taís Lenny

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A morte de Tancredo e o Governo Sarney

A ditadura termina com a transferência do poder aos civis. Após o governo de João Batista Figueiredo, houve uma tentativa de apresentar como candidato a sucessão presidencial o político paulista Paulo Salim Maluf (os maus vivem muito) do Partido democrático Liberal (PDS). Paulo Maluf era favorito entre aqueles que fizeram parte do pacto de dominação estabelecido desde o golpe de 1964.

Claro que havia dissidentes no Brasil, aqueles que não concordavam em colocar o Maluf no poder. Esses também pertencentes do PDS fundaram uma nova agremiação política: o Partido da Frente Liberal (PFL).

Criado o novo partido o PFL formou uma aliança com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que tinha como candidato Tancredo Neves, o vice seria José Sarney (os maus vivem muito [2]).

A eleição presidencial foi indireta, o povo que era o mais interessado não podia votar. O colégio eleitoral era formado por senadores e foi decidido na Câmara Federal. Tancredo Neves foi eleito com 480 votos contra 180. Mas não podemos dizer se foi um bom presidente.

A posse do novo presidente estava marcada para 15 de março de 1985. Mas infelizmente, ou felizmente para o Sarney, Tancredo teve problemas de “saúde”. O presidente sem posse morreu no dia 21 de abril (mesmo dia que Tiradentes), aos 75 anos de idade, de infecção generalizada.

Muitos não acreditam que a morte foi provocada, ou mesmo que não fizeram nenhum esforço para salvar o presidente sem posse e ainda que esconderam o corpo e Tancredo morreu quatro dias antes de ser divulgada a morte pela mídia. Glória Maria é apontada como cúmplice. Logo após a morte de Tancredo ela ficou um tempo afastada da mídia e até hoje se nega a falar sobre o assunto. Como não temos provas, sugiro aos leitores que pesquisem sobre e tirem suas próprias conclusões.

Essa historinha só nós mostra uma coisa: ainda existem mistérios sobre o Brasil além da Ditadura. E só para contextualizar Aécio Neves, que hoje se recusa em ser vice-presidente de José Serra, é neto de Tancredo.

Voltemos então a falar de Sarney. Com a morte inesperada de Tancredo, as pessoas duvidavam se Sarney deveria mesmo tomar o lugar do outro. Políticos da oposição temiam que houvesse uma intervenção militar e a redemocratização estivesse perdida. Mas não, o vice do presidente morto assumiu o poder na data de posse do último.


Durante seu governo o presidente Sarney não foi bem sucedido em seus planos tendo uma grave crise econômica e um quadro de hiperinflação histórica, mas a consolidação da democracia brasileira foi bem vinda.

Falando da área econômica, o governo Sarney fez uma ampla reforma monetária conhecida como Plano Cruzado em 1986 que era como um congelamento geral de preços por um ano, e a adoção do “gatilho salarial” expressão adotada na época para designar o reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou ultrapassava os 20%. Porém não deu certo a todo momento a inflação subia exigindo que medidas fossem tomadas. Um outro programa econômico foi criado (o terceiro do governo), chamado Plano Verão que não ajudou em nada e entre fevereiro de 1989 e março de 1990, o Brasil entra numa profunda crise e a inflação chega a 2.751%.

O grande feito durante o governo Sarney foi a redemocratização do país. A nova constituição foi em 5 de outubro de 1988, a mais democrática da história. A nova Carta adotou o presidencialismo como forma de governo com votação direta e em dois turnos, afirmou a independencia dos três poderes, restringiu as forças armadas e deu votos aos analfabetos e maiores de 16 anos entre outras coisas.


Em 1989 foram feitas eleições diretas para Presidente da República, as primeiras em 29 anos. Sarney foi sucedido por Fernando Collor de Melo que será tratado no próximo post.

Tais Lenny




sábado, 22 de maio de 2010

O jornal impresso vai mesmo acabar?


Essa pergunta está sendo feita com muito mais frequência nos dias de hoje. Muitos acreditam que o jornal impresso não se reinventou. Ele pode se tornar uma versão atual de literatura de cordel, os que admiram guardarão os melhores exemplares como lembrança.

Abaixo segue um treço da revista Super Interessante do mês de junho deste ano, no caderno Tendências:


" 'O IPAD vai salvar a indústria jornalística.'

A frase é de Rubert Murdoch, o mais conhecido magnata da mídia. Ele eacredita que o aparelho estimulará a leitura de jornais na internet. E que pode lucrar com isso: a partir de junho, será preciso pagar para ler a versão omline dos veículos britânicos Time e Sunday Times, ambos parte do conglomerado de Murdoch. O primeiro, diário, cobrará 1 libra pela assinatura. O segundo, semanal, cobrará 2 libras."


E viva a era digital!!!


Tais Souza

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ricardo Noblat



A Internet é sensacional mesmo, o Twitter então nem se fala. Foi através desta ferramenta que eu pude conhecer o incrível jornalista Ricardo Noblat. Primeiro pedi um e-mail para enviar uma dúvida, ele prontamente me mandou. Quando estava com as perguntas prontas para a entrevista, mandei o e-mail e perguntei se ele podia contribuir com um trabalho da universidade. Nada de resposta durante alguns dias, quando de repente, ele responde dizendo que simplesmente vem à São Paulo e pergunta se eu não gostaria de gravar a entrevista, pois via e-mail ele resumiria muito as respostas.Para os leigos isso é sem importância alguma, mas para nós estudantes do 1º semestre de jornalismo, que utilizamos o livro dele nas aulas, ouvimos muito sobre ele e seu trabalho da nossa professora Drª Fabia Dejavite; é de fundamental importância.

A entrevista era sobre o Blog do Noblat na página do jornal o Globo e como ele utiliza o Twitter. No dia 7 de maio às 12:00h estávamos no hotel Maksoud Plaza. Todas nós: Tais, Rebeca, Tábata Wendy e Rejane, sentadas na sala de espera. O nervosismo era grande e só piorou quando avistamos ele saindo do elevador. Quando nos vê ele diz, "são vocês!".


Conversamos um pouco antes de começar a filmar, ele perguntou coisas sobre o Twitter e eu muito envergonhada e nervosa respondia na medida do possível. Pedi desculpa para eventuais erros e expliquei que estávamos no primeiro semestre, ele incrivelmente simpático disse que isso não importava em nada. Deixamos ele a par de como era a universidade de hoje, o ensino, os professores, etc. Ele nos disse que o mundo mudou muito e as redações de jornais estão mais comportadas, sem a famosa gritaria.


Ficamos surpreendidas com a aula que tivemos, descobrimos que quase nada que aprendemos é utilizado na prática. Jornalistas são preguiçosos e quem quiser sobressair deve ler muito e envelhecer. A quedo do diploma não muda em nada nosso trabalho, agora quem quiser ser um bom profíssional deve fazer por merecer e mostrar a que veio, já que a concorrência é grande.


Foram quarenta minutos de entrevista, podiam ter sido dez, valeria a pena da mesma maneira. Nunca pensei que eu conseguiria tanto em alguns meses de estudos. Ver alguém que eu se quer sabia que existia e descobrir que é um gênio através do livro dele, é muito bom. Entrevistar essa pessoa e usar as palavras dele em um trabalho de Jornalismo Digital, não da para explicar. Ser chamada de "puxa saco" pela sala, vale totalmente a pena!




Tais Souza

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sobre o alucinado ofício do jornalismo

Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade. Ninguém que não a tenha sofrido pode imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida. Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.
Gabriel García Márquez