segunda-feira, 7 de junho de 2010

A morte de Tancredo e o Governo Sarney

A ditadura termina com a transferência do poder aos civis. Após o governo de João Batista Figueiredo, houve uma tentativa de apresentar como candidato a sucessão presidencial o político paulista Paulo Salim Maluf (os maus vivem muito) do Partido democrático Liberal (PDS). Paulo Maluf era favorito entre aqueles que fizeram parte do pacto de dominação estabelecido desde o golpe de 1964.

Claro que havia dissidentes no Brasil, aqueles que não concordavam em colocar o Maluf no poder. Esses também pertencentes do PDS fundaram uma nova agremiação política: o Partido da Frente Liberal (PFL).

Criado o novo partido o PFL formou uma aliança com o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que tinha como candidato Tancredo Neves, o vice seria José Sarney (os maus vivem muito [2]).

A eleição presidencial foi indireta, o povo que era o mais interessado não podia votar. O colégio eleitoral era formado por senadores e foi decidido na Câmara Federal. Tancredo Neves foi eleito com 480 votos contra 180. Mas não podemos dizer se foi um bom presidente.

A posse do novo presidente estava marcada para 15 de março de 1985. Mas infelizmente, ou felizmente para o Sarney, Tancredo teve problemas de “saúde”. O presidente sem posse morreu no dia 21 de abril (mesmo dia que Tiradentes), aos 75 anos de idade, de infecção generalizada.

Muitos não acreditam que a morte foi provocada, ou mesmo que não fizeram nenhum esforço para salvar o presidente sem posse e ainda que esconderam o corpo e Tancredo morreu quatro dias antes de ser divulgada a morte pela mídia. Glória Maria é apontada como cúmplice. Logo após a morte de Tancredo ela ficou um tempo afastada da mídia e até hoje se nega a falar sobre o assunto. Como não temos provas, sugiro aos leitores que pesquisem sobre e tirem suas próprias conclusões.

Essa historinha só nós mostra uma coisa: ainda existem mistérios sobre o Brasil além da Ditadura. E só para contextualizar Aécio Neves, que hoje se recusa em ser vice-presidente de José Serra, é neto de Tancredo.

Voltemos então a falar de Sarney. Com a morte inesperada de Tancredo, as pessoas duvidavam se Sarney deveria mesmo tomar o lugar do outro. Políticos da oposição temiam que houvesse uma intervenção militar e a redemocratização estivesse perdida. Mas não, o vice do presidente morto assumiu o poder na data de posse do último.


Durante seu governo o presidente Sarney não foi bem sucedido em seus planos tendo uma grave crise econômica e um quadro de hiperinflação histórica, mas a consolidação da democracia brasileira foi bem vinda.

Falando da área econômica, o governo Sarney fez uma ampla reforma monetária conhecida como Plano Cruzado em 1986 que era como um congelamento geral de preços por um ano, e a adoção do “gatilho salarial” expressão adotada na época para designar o reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou ultrapassava os 20%. Porém não deu certo a todo momento a inflação subia exigindo que medidas fossem tomadas. Um outro programa econômico foi criado (o terceiro do governo), chamado Plano Verão que não ajudou em nada e entre fevereiro de 1989 e março de 1990, o Brasil entra numa profunda crise e a inflação chega a 2.751%.

O grande feito durante o governo Sarney foi a redemocratização do país. A nova constituição foi em 5 de outubro de 1988, a mais democrática da história. A nova Carta adotou o presidencialismo como forma de governo com votação direta e em dois turnos, afirmou a independencia dos três poderes, restringiu as forças armadas e deu votos aos analfabetos e maiores de 16 anos entre outras coisas.


Em 1989 foram feitas eleições diretas para Presidente da República, as primeiras em 29 anos. Sarney foi sucedido por Fernando Collor de Melo que será tratado no próximo post.

Tais Lenny




Um comentário:

  1. isso é um blog de política? haha!
    eu amei, amei e já disse isso, né?!

    só uma coisinha...essa foto é da lápide do tancredo, sabia?! #coisasdavida :D

    ARRASOU, TAIS! MESMO!

    beeeeijo
    Wendy

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